"BANHEIROS DE TONÉIS" VIRAM SOLUÇÃO ECOLÓGICA NO MARAJÓ
Laila Garroni
Em um lugar onde pontes são calçadas e frequentes inundações engolem tudo que tem pela frente, o simples ato de ir ao banheiro pode se tornar um desafio. Antes mesmo de ficar doente em uma de suas passagens pela parte mais alagadiça da Ilha de Marajó, em São Sebastião da Boa Vista (PA), e perceber o grave problema de saneamento básico na região, o psicólogo social Rodrigo Braga iniciou uma campanha pela construção de uma alternativa que fosse viável para o local. Sem acesso a encanamentos, fossas ou qualquer outro sistema de esgoto, Braga e o permacultorFernando Normando intalaram "banheiros secos ecológicos". Com a ajuda financeira de amigos e familiares, eles instalaram, desde julho deste ano, dez sanitários. O produto é artesanal, elaborado com tonéis de plástico e a prova d'água. Além de evitar o contato direto das fezes com o rio - usado para banho e pesca dos moradores da região -, o banheiro de tonel transforma todo o resíduo em adubo.
"É justamente a mesma reação que tem na floresta. Quando um animal faz cocô, caem as folhas por cima, a areia cobre e aquilo vira adubo depois de um tempo. Essa mesma reação que tem na floresta, a gente reproduz dentro do tonel", explicou Braga, que se divide entre a ilha, onde passa a semana trabalhando em um projeto social com adolescentes, e a capital Belém, onde mora, distantes nove horas de barco uma da outra. Ao invés de dar a descarga, o usuário desse tipo de banheiro deposita caroços de açaí, folhas secas e farelos de madeira dentro dos toneis, que demoram de seis a oito meses para encher. Ao chegar no limite, o recipiente fica mais seis meses tampado e condicionado no sol.
Em um lugar onde pontes são calçadas e frequentes inundações engolem tudo que tem pela frente, o simples ato de ir ao banheiro pode se tornar um desafio. Antes mesmo de ficar doente em uma de suas passagens pela parte mais alagadiça da Ilha de Marajó, em São Sebastião da Boa Vista (PA), e perceber o grave problema de saneamento básico na região, o psicólogo social Rodrigo Braga iniciou uma campanha pela construção de uma alternativa que fosse viável para o local. Sem acesso a encanamentos, fossas ou qualquer outro sistema de esgoto, Braga e o permacultorFernando Normando intalaram "banheiros secos ecológicos". Com a ajuda financeira de amigos e familiares, eles instalaram, desde julho deste ano, dez sanitários. O produto é artesanal, elaborado com tonéis de plástico e a prova d'água. Além de evitar o contato direto das fezes com o rio - usado para banho e pesca dos moradores da região -, o banheiro de tonel transforma todo o resíduo em adubo.
"É justamente a mesma reação que tem na floresta. Quando um animal faz cocô, caem as folhas por cima, a areia cobre e aquilo vira adubo depois de um tempo. Essa mesma reação que tem na floresta, a gente reproduz dentro do tonel", explicou Braga, que se divide entre a ilha, onde passa a semana trabalhando em um projeto social com adolescentes, e a capital Belém, onde mora, distantes nove horas de barco uma da outra. Ao invés de dar a descarga, o usuário desse tipo de banheiro deposita caroços de açaí, folhas secas e farelos de madeira dentro dos toneis, que demoram de seis a oito meses para encher. Ao chegar no limite, o recipiente fica mais seis meses tampado e condicionado no sol.