De repente, a comunidade de Montanha e Mangabal apareceu no noticiário.
Em 27 de agosto, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto,
anunciou em cerimônia que o governo federal destinaria “3,2 milhões de hectares
para reforma agrária e preservação ambiental” na Amazônia. Entre os destinos
dessa terra é citada a criação do “Projeto de Assentamento Agroextrativista
(PAE) Montanha e Mangabal”, no município de Itaituba, no Pará. O anúncio foi
destacado no “Muda Mais”, um “site de apoio à candidatura à reeleição de Dilma
Rousseff”, num momento em que a presidente era criticada por sua
política para a Amazônia. Dias depois, o governo marcou para 15 de dezembro a
data do leilão de São Luiz do Tapajós, a primeira das grandes hidrelétricas
planejadas para a região. Vale a pena botar uma lupa sobre esses dois nomes
bastante enigmáticos – Montanha e Mangabal – para fazer a necessária relação
entre as notícias produzidas pelo governo em momento eleitoral e ampliar a
compreensão sobre o trato da Amazônia. Na comunidade de Montanha e Mangabal
está contida a extraordinária luta de um povo para tornar-se visível para o
Brasil que o desconhece. E, ao existir para os olhos do país, preservar sua
terra e sua vida.
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